quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Pobre ser.

Bastava olhar para o lado, bastava segurar minha mão, mão qual, eu estendi somente para lhe oferecer ajuda, em quanto dizia " O que tem de errado, amigo? Quero saber o porque de sua angústia, estou estendendo a mão para você, quero secar suas lágrimas ou se possível, até irei chorar junto a você. Quero te livrar de sua dor " Mas sua mente fraca e seu orgulho não o permitiram aceitar minha ajuda e então, ai está você, estirado no chão, deformado por um tiro na cabeça, de uma arma que você próprio disparou. Em vez de segurar a mão de quem queria o ajudar, preferiu segurar uma arma. Foi a sua escolha, você selou seu destino. Mais um de muitos, que cavaram sua própria cova. Mais um de muitos, que não suportaram o peso da responsabilidade, da solidão, da tristeza... Você não vai ter  a oportunidade de saber o que é dor de verdade, nunca vai saber como é bom conseguir derrotar a dor e  finalmente, saber o que é felicidade. Pobre ser, só por dar fim a sua própria vida, se tornou indigno de tela tido um dia.

    Caroline Casteliano

E eu ainda estou aqui.

E eu estou aqui, sentada no meio-fio, vendo o tempo passar. As pessoas que por  aqui passaram, não me notaram ou estavam ocupadas demais para olhar para o lado. Queria poder alertá-las de como o tempo está passando rápido, ordernar que elas voltem a enxergar com clareza, para destruirem totalmente essa visão distorcida do mundo em suas cabeças. Mas já não tenho forças. Minha visão está mais distorcida do que nunca e de minha boca nem se quer uma palavra consegue sair. E eu ainda estou aqui...

   Caroline Casteliano